Revista Piúna 2ª edição

Critérios para a publicação de textos na Revista Digital Piúna (UBE/MS)

1. É permitida apenas 01 (uma) participação por associado em cada edição, com produção, inédita ou não, de sua autoria;

2. O (a) autor (a) deve enviar seu nome, email, cidade, estado, uma breve biografia (máximo de 5 linhas) e uma foto com boa resolução junto com sua matéria para o e-mail: revistapiunaubems@gmail.com;

3. Os associados poderão enviar até 03 (três) textos para a apreciação do Conselho Editorial, sob a forma de poesia, prosa, conto, cronicontos, artigos, artigos científicos ou outras produções literárias, porém, apenas 01 (um) poderá ser publicado, conforme item 1;

3.1. No caso de artigo científico, o mesmo deverá estar relacionado à Literatura, devendo também estar de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e devidamente revisado;

4. Não serão aceitas matérias com textos em CAIXA ALTA;

5. Os textos deverão ser enviados na fonte Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples, em arquivo do Microsoft Word, juntamente com as informações do item 2, exceto a foto, que deverá estar em arquivo separado;

6. As produções são de tema livre, exceto quando o Editorial da Revista especificar algum;

7. Não serão permitidos textos considerados ofensivos a pessoas, à crença, gênero, raça e ideologias políticas;

8. A revisão dos textos é de responsabilidade de seus autores;

9. A Revista Piúna se reserva o direito de recusar a publicar qualquer matéria avaliada como inapropriada ou que estiver em desacordo com os itens; e,

10. O recebimento do material para publicação, conforme o item 2, será até o dia 10 do bimestre anterior. A segunda edição da Piúna será nos meses de novembro e dezembro de 2020. Então, a data limite para recebimento será o dia 10 de outubro de 2020. Para a publicação na 3ª edição (janeiro/fevereiro de 2021), o prazo limite será o dia 10 de dezembro de 2020. E, assim, sucessivamente.

Conselho Editorial | Ler a versão digital

UBE/MS lança a Revista Piúna

Por que Piúna?
Por Sylvia Cesco

Foi bem assim, desse jeitinho: aprovada por unanimidade a criação de uma Revista digital da UBE/MS, previamente proposta pela Diretoria recém-empossada, era preciso dar-lhe um título. Algo sugestivo, singelo, sem rebuscamento, e que estivesse relacionado à terra sul-mato-grossense.

Solicitamos aos associados algumas sugestões. No final, restaram três nomes: Seriema, Monjolo e Piúna, todos eles cumprindo os critérios anteriormente citados. Nestes céleres tempos que estamos vivendo, os signos linguísticos vêm a eles se adequando, ficando cada vez mais reducionistas, metonomínicos e libertários.

Assim, de modo natural, dentre os três foi escolhido o nome Piúna, sugestão da poeta Raquel Medina, nossa associada. Disse-nos ela que a palavra lhe foi lembrada pelo pai, humilde trabalhador braçal em terras pantaneiras, que passou cerca de 40 anos construindo cercas, pontes e porteiras, e seus descansos eram sob a sombra dessas árvores, também conhecidas como piúvas ou ipês-roxos, que cobriam o chão de flores. Estas árvores também florescem nas regiões do cerrado.

O Centro Nacional de Conservação da Flora nos ensinam ainda que: “Seus frutos podem ser consumidos in natura ou sob a forma de sucos e geleias. São madeiras de lei e não devem faltar em projetos de revejetação permanente.” E o mais importante: Essa árvore não corre risco de extinção. A palavra Piúna, pois, carrega em si uma bela metalinguagem para indicar o ideal democrático que embasa esta Revista da UBE, toda diagramada pelo nosso atual Vice-presidente Rogério Fernandes Lemes.

Com a palavra, a autora da sugestão do nome, poeta sul-mato-grossense, Raquel Medina:

Piúna
(Raquel Medina)

piúna! piúna!
o lilás da sua pluma
arvoreceu no meu quintal
memórias de ninhos e flores tatuados
no chão da paisagem do meu velho
o meu velho pantanal
ancião deste cerrado.

além do tempo cidade,
lá no coração do mato,
piúnas estendem além-cores
casca e flores
curam-dores
do corpo da gente
que aprendeu árvore ser
e florescer nos pantanais
lonjura de qualquer cidade.

toda gente deveria
sete vezes ao dia
poder árvore ser
sublimar cimentos
isso fazem os passarinhos
por isso voam nos aléns
do azul de pedras
que a cidade inventa
nas árvores sem ninhos.

o velho pantaneiro,
de suor e lembranças a escorrer pelo rosto
à flor da pele – pontes, porteiras e outros caminhos
vergões, verões e primaveras
à flor da árvore
arvoreceu ninhos na voz
e passarinhos nas esperas
esticando lunas
à sombra de Piúnas.

árvore ser
é olhar de passarinho
espera de luas além do céu que a gente respira
além-cidade e becos
sentir a terra à flor da árvore
ver à flor da pele
desde o vento do cerrado,
aos corixos do pantanal,
nossa extensão
e nosso ancião,

a cidade,
feitura de chão
agasalhada de concreto e asfalto
tem necessidade de florir pela terra,
à flor da pele pluma
útero de chão
na insistência das flores
respira
quando a raiz explode o cimento
a cidade ganha poema
árvore e palavra
Piúna
alivia concretos no coração.